Capítulo 1

Assunto: Capítulo 1 Qua Jan 11, 2012 5:45 pm

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Assunto: Re: Capítulo 1 Qui Jan 12, 2012 11:33 am

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O céu estendia-se livremente ao meu redor. A areia fina grudava em meus pés descalços e a brisa trazia o cheiro do mar até mim. Eu andava serena, sem saber ao certo aonde queria chegar - simplesmente andava por ai.
O mar rugia com ferocidade à medida que eu aumenta o ritmo, logo entrando numa corrida leve. Algo fazia-me querer ser mais rápida eo mar batia nos rochedos com força, enquanto o vento jogava meus cabelos em meu rosto com força. O céu estava escuro - nuvens cinzas cobriam o glorioso sol de início de tarde, mas algo me impelia a continuar à correr.

Derrapei de frente para a floresta, sentindo as gotas de chuva baterem em meu rosto. A floresta escura era... como um pesadelo. Dei dois passos para trás, tremendo de rfio e medo - tinha uma má intuição daquele lugar, mas algo me arrastava até lá. Respirei fundo e entrei na trilha da floresta.

Não havia som nenhum além dos meus passos na terra molhada e das folhas secas que estralavam. Cheguei até um barranco e olhei para baixo. Um carro estava capotado lá embaixo, com seus ferros retorcidos. Havia manchas de sangue e meu coração começou a disparar. O que estaria acontecendo? Mas eu não queria saber. Quando ia dar meia volta e sair daquele lugar, o pedaço do barranco em que eu estava despencou e eu fui levada até o carro com alguns quilos de lama e folhas.

Fechei os olhos, sem querer saber o que estava ali, mas não deu. Os corpos de minha mãe e meu pai ficaram gravados em minha mente e eu acordei, tomada por um acesso de choro.

Assunto: Re: Capítulo 1 Qui Jan 12, 2012 4:01 pm

Abracei meu travesseiro, abafando o som do choro. Fazia apenas 6 dias que meus pais haviam morrido e eu ainda estava na cama. Guilherme estava ocupado - estava às margens de completar dezoito anos, então, por enquanto, iríamos ficar na minha tia. Mas... Sentia falta de minha casa. Da presença constante de minha mãe e do otimismo de meu pai. A lembrança era fresca - era só ohar para meu corpo e se via isso. Ainda estava coberta de arranhões e com o gesso na perna direita - isso sem contar que tive que ficar no hospital por 3 dias...

Estava confusa com os acontecimentos ainda e a vida não estava fácil. Férias de julho numa cidade pequena, de litoral, as coisas se espalhavam rápido. Nicole e Thamires já haviam passado ali para me verem - os olhos delas eram pena pura; mas não se comparavam aos meus. Meus olhos tinham a solidão estampada constantemente desde que tudo acontecera. Funguei, apertando meus olhos - como queria que tudo desaparecesse! Que fosse só mais um pesadelo maligno e, quando acordasse, estivesse de volta em casa, nas minha cama e com minha mãe me xingando da cozinha para acordar...

Sorri com a lembrança, com as lágrimas caindo de meus olhos. Saudade era uma dor que me matava aos poucos.

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