Floresta

Enquanto o ouvia falar era como se eu sentisse a mesma dor que ele havera sentido quando perdera sua noiva, eu sabia como doía perder alguém que se ama muito, alguém que te dá um motivo ha mais pra continuar vivendo cada dia como se fosse o último, sabia como era a dor que ele sentia, eu sentia quase isso desde que... Desde que tinha deixado o William ir embora, na verdade, eu não tinha o deixado ir, ele estava em algum lugar da face da terra, não sei se já estava em sua missão ou se tinha simplesmente sumido mesmo. O fato é que eu o procurei por quase um mês, e não o encontrei em lugar nenhum, ele havera sumido sem me dar explicações, e esperava que se um dia ele voltasse, me contasse tudo. -Por mais incrível e raro que isso pareça eu sinto muito pelo seu passado. Não se preocupe, porque de algum lugar ela está te vendo aqui agora, e aposto que ela iria querer que você fosse feliz, é o que você esta fazendo certo?- Sorri novamente, e queria fazer aquela pergunta pra mim mesma, não importava se ele tinha ido embora, eu tinha que aguentar até o fim, porque existiam pessoas que precisava de mim, como a Chels e a Rê, se elas fossem, não sei se iria conseguir, mas já que ainda estavam comigo, eu tinha que conseguir, mesmo que não quisesse. -E obrigada pelo elogio, você não abusou de mim, sei bem como é ter tanta coisa entalada aqui dentro sem poder pôr pra fora.- Suspirei pela milésima vez aquele dia, mas segurei as pontas. -Não querendo ser intrometida, mas... Este híbrido que você falou, tem quantos anos?- Só por saber, só por saber, nenhuma intenção maléfica como a Renata teria, ou o Aro principalmente, ele só era um híbrido, e já estava claro que esta raça não nos trazia problemas, não estava preocupada com nada, só curiosa, porque sempre quis saber um pouco mais sobre essas pessoinhas de duas almas.

Simular uma morte parecia algo inteligente, mas também arriscado, ele me parecia decidido quanto a isso, porque dava pra ver em seus olhos. Então ele perguntou se eu estava sofrendo por amor, vidente é o que há. Eu parei de sorrir com sua pergunta, parecia que tudo, toda a dor, tinha voltado. Meus olhos arderam e sim, eu queria chorar, mas não podia pelo motivo óbvio, e mesmo que pudesse eu não iria, não queria parecer fraca, não podia. Tentei evitar olhar para Nick enquanto me preparava para responder sua pergunta. -É complicado...- Disse, fitando minhas botas, eu me sentia mais segura em falar não olhando pra as pessoas, porque aí minha voz iria falhar, e eu odiava quando isso acontecia. -... Tem um vampiro na guarda, na verdade eu nem sei se ele ainda está vivo... Ele... Sumiu, assim, do nada. Não me deu explicações e eu não sei onde ele está, acredite, já o procurei por todos os lugares existentes na face da terra, mas nunca o encontrei, não sei se ele está vivo, morto, se encontrou outra pessoa... Não sei de nada e isso me deixa pior do que pareço estar, porque se pelo menos eu soubesse de algo, doeria menos. Eu tentei tão duramente dizer à mim mesma que acabou, mas parece que ainda tenho um coração aqui dentro, mesmo que ele não esteja batendo mais, ainda dói.- Quando terminei eu finalmente voltei a olhá-lo, e tentei esboçar um sorriso. -Mas não é nada demais, eu já me acostumei com isso, é que as vezes eu tenho uma recaída, tudo bem.- Juntei as mãos à frente do corpo e suspirei. -Você tem sorte, não são todos os Volturi que são tão sociais como eu, se fosse outro, você já estaria sem cabeça.- Gargalhei com minhas piadas sem graça de novo.

Ele se despediu, num longo "discurso", então quando terminou eu também olhei para o céu, seguindo seu olhar, o sol já estava indo embora e isso era mal pra mim. -Bom, foi um prazer conhecê-lo, e infelizmente eu não posso ir a lugar nenhum depois daqui, porque... Bem, eu tenho um mestre "supremo" e provavelmente ele está precisando de mim agora. Desculpe por isso, qualquer dia se você passar lá é só me procurar, se eu não estiver... Vá embora, ou não, tanto faz. Cuide bem do seu híbrido... Mesmo que ele não seja seu filho. E... Acho que é isso. Até outro dia, Nick. Boa sorte.- Sorri e apertei sua mão um pouco forte demais, depois suspirei e a única coisa que me restava fazer era apenas ir embora. Me despedi mais uma vez e saí, quase como um vulto, daqueles que você não sabe se foi um vulto mesmo, ou sua imaginação lhe pregando peças. Sim, quando se tratava de Caius eu não me importava com mais nada, porque, tecnicamente se não fosse por ele eu não estaria aqui, e não queria perder nenhum membro do meu corpo, pelo menos, não agora. Esperava mesmo que ele desse uma passada pelo castelo, alguns Volturi eram um pouco... Estranhos, mas isso fazia parte, nada de importante.